História - 1ª Fase - Tribunal

Ata de instalação do TRE-PB

Os órgãos do Poder Judiciário Eleitoral foram criados pelo primeiro Código Eleitoral Brasileiro com o objetivo de acabar, ou, senão, diminuir as fraudes eleitorais.

Entenderam os defensores da Justiça Eleitoral na época que, entregando ao Poder Judiciário todas as fases do processo eleitoral – alistamento eleitoral, votação, apuração, proclamação dos eleitos e diplomação – ele ficaria imune dos vícios que costumeiramente maculavam as eleições brasileiras.

1ª sede do TRE-PB

A sessão de instalação do Tribunal Regional de Justiça Eleitoral do Estado da Parahyba ocorreu no dia 21 de julho de 1932, no Edifício do Juízo Federal, aonde funcionou provisoriamente.

Além da imagem da ata dessa sessão publicada no Jornal A União, disponibilizamos neste memorial a sua transcrição.

O prédio da seção da Justiça Federal na Parahyba estava localizado, à época, à Rua Conselheiro Henriques, n°159.

O Tribunal Regional de Justiça Eleitoral do Estado da Parahyba foi a primeira denominação que recebeu o órgão da Justiça Eleitoral no Estado. Essa expressão perdurou até a sua extinção, em novembro de 1937.

2ª sede do TRE-PB

Todavia, a partir de janeiro de 1933, o Tribunal Regional de Justiça Eleitoral foi transferido para o prédio de propriedade do Estado da Parahyba, localizado à Rua Epitácio Pessoa, n. 245, aonde funcionou a sua segunda sede.

Os primeiros magistrados efetivos do Tribunal Eleitoral foram: Des. Paulo Hypacio da Silva (Presidente); Juiz Federal Antônio Galdino Guedes (Vice-Presidente); Des. Flodoardo Lima da Silveira; Des. Archimedes Souto Maior e os advogados, Agripino Gouveia de Barros e José Flóscolo da Nóbrega.

Os primeiros Juristas efetivos da Corte Regional Eleitoral, designados pelo Chefe do Governo Provisório foram Agripino Gouveia de Barros e José Flóscolo da Nóbrega. Nesse mesmo ato do Chefe do Governo Provisório, foram designados os três primeiros Juristas Substitutos do Tribunal: Eurípedes Tavares da Costa, Evandro Souto e Horácio de Almeida.

O primeiro Vice-Presidente e o primeiro Procurador Regional Eleitoral foram escolhidos na sessão de instalação do Tribunal, cujos nomes recaíram sobre os Juízes Antônio Galdino Guedes e Flodoardo Lima da Silveira, respectivamente.

O Código Eleitoral Brasileiro de 1932 não previu a instituição do Ministério Público Eleitoral, cujas atribuições eleitorais só foram reguladas pelo Decreto nº 22.838, de 19/06/1933. Pelo referido normativo, o Procurador Geral e os Procuradores Regionais seriam designados, em comissão, pelo Chefe do Governo Provisório, dentre um dos Juízes do Tribunal Superior e dentre os Juízes dos respectivos Tribunais Regionais, respectivamente, para um período de dois anos. Daí porque, na sessão de instalação do Tribunal Regional foi escolhido para exercer as funções de Procurador Eleitoral o Desembargador Flodoardo Lima da Silveira.

Funcionários do TRE-PB em 1937

A partir de 13/10/1934, tomou posse no cargo de Procurador Regional, Sabiniano Alves do Rego Maia, que exerceu o cargo até a extinção da Justiça Eleitoral, em novembro de 1937.

O primeiro Secretário e Diretor do Tribunal foi o Bel. Carlos de Albuquerque Bello Filho. Alguns dos primeiros servidores da Corte Eleitoral paraibana, além do seu Diretor, já citado, foram: Adalberto de Castro, Ademar Ataíde, Alfredo de Souza Monteiro, Antônio Pereira de Castro, Antônio dos Santos Coelho Netto, Auta Pessoa de Figueiredo, Francisco da Silva, Joaquim Correa de Sá, Luiz Ramazoto, Miosótis Costa e Matilde Sá.

Quantas vezes o Tribunal se reuniu

Inicialmente, o Tribunal Regional de Justiça Eleitoral da Parahyba se reunia duas vezes por semana, geralmente nas quartas-feiras e aos sábados.

Desde a sua instalação, 22 de julho de 1932, até 23 de dezembro do mesmo ano, o Tribunal Regional realizou 47 sessões ordinárias. Até 31 de dezembro de 1933, o TRJE havia realizado 149 sessões ordinárias. No ano de 1933, 80 (oitenta) sessões ordinárias e 20 extraordinárias. No ano de 1934, foram 80 (oitenta) sessões ordinárias; em 1935, sessões. No ano de 1936, 53 (cinquenta e três) sessões ordinárias. No ano de 1937, até o dia 18 de agosto, a Corte Eleitoral tinha realizado 33 (trinta e três) sessões ordinárias.

A extinção da Justiça Eleitoral

Às vésperas da eleição presidencial prevista para o dia 03 de janeiro de 1938, Getúlio Vargas deu o golpe de estado em 10 de novembro de 1937, decretou o fechamento do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas e das Câmaras Municipais e outorgou uma nova Constituição inspirada no modelo fascista italiano.

Encerramento das atividades - 1937

Sem o Poder Legislativo funcionando; sem as agremiações partidárias e sem eleições, não havia razão para existir a Justiça Eleitoral, assim, durante o Estado-Novo (1937 a 1945), ela foi extinta, não chegando a figurar, inclusive, na Constituição de 1937 dentre os órgãos do Poder Judiciário.

A última sessão ordinária do Tribunal Regional de Justiça Eleitoral do Estado da Parahyba, antes de sua extinção pelo Decreto que instalou o Estado-Novo, ocorreu a 03/11/1937 e a sua última sessão se deu de forma extraordinária dez dias depois, no dia 13 do mesmo mês.

Agradecimentos a servidores

O último ato da Presidência do Tribunal Regional de Justiça Eleitoral após o seu fechamento foi uma Portaria subscrita pelo Des. Flodoardo Lima da Silveira, através da qual agradecia aos servidores da Secretaria do Tribunal a contribuição dada.

Telegrama extinção JE

Em 13 de dezembro de 1937, foi expedido o Decreto-Lei n. 63, colocando em disponibilidade os funcionários da extinta Justiça Eleitoral a partir do dia 1 de janeiro de 1938.

A última pá de cal do Estado-Novo sobre a Justiça Eleitoral na Parahyba foi colocada pelo Ministro da Justiça, ao determinar ao Interventor do Estado, à época, Argemiro de Figueiredo, o recebimento e a remessa dos arquivos da Justiça Eleitoral do Estado ao Ministério da Justiça.

Memorial da Justiça Eleitoral Paraibana
Instalado no prédio do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba
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Mantido pela Seção de Controle de Documentos: (0XX83)3512.1228